Mário Gallo

Mário Gallo
Pedro Vicente Mário Gallo nasceu em São Paulo, capital, em 18 de outubro de 1906, na rua Gonçalves Dias, bairro Belém. Não era de origem lusitana, pois seus pais eram italianos, mas conviveu durante anos com a Comunidade Luso-Brasileira, principalmente no Clube Português e na Beneficiência Portuguesa.

Ao completar 18 anos de idade revelou-se poeta de extraordinária sensibilidade. Os seus primeiros versos foram publicados na revista "A Cigarra", na época de propriedade de Gelasio Pimenta e na qual colaboravam Cassiano Ricardo, Guilherme de Almeida, que mais tarde pertenceram à Academia Brasileira de Letras, e outros nomes de relevo na Poesia e na Literatura. Estreou na Poesia por volta de 1932, com um livro intitulado "Sinfonia das Horas Mortas", que a crítica apreciou com elogios, referências ao autor e do qual foram tiradas seis edições. Seu segundo livro, em prosa, teve o nome de "Coragem de Viver", apareceu dois anos após. Numa linguagem corrente, abordou temas que serviram de incentivo a quantos necessitassem de disposição para enfrentar as vicissitudes que ocorrem no cotidiano. Acreditava no poder da fé e que através dela, os homens poderiam remover obstáculos e, consequentemente, passariam a desfrutar da alegria de viver. Foi diretor do Clube Português durante vários anos, passou, depois, para a Diretoria da Beneficência Portuguesa. Na gestão do Dr. José Ermírio de Moraes, foi eleito diretor-secretário-geral. Reeleito duas vezes, permaneceu na função durante mais de dez anos, onde prestou reais serviços à coletividade.

Ele prestou grandes serviços a Portugal e ao Brasil. Há quem recorde os altos serviços prestados por Mário Gallo ao Clube Português e por isso lembramos da nota de saudade que o Dr. Mário Augusto Mota subscreveu na edição nº 4 (em 1969) da Revista Portugália, órgão cultural do Clube Português, e por isso decidimos integralmente o referido comentário:

"Ao findas o ano de 1968, perdemos Pedro Vicente Mário Gallo, que em São Paulo nascera aos 18 de outubro de 1906. Poeta de sensibilidade apurada, teve o dom de fazer amigos. Conversador fluente, era ao mesmo tempo de trato afável, a todos agradando por sua superior educação e elegância, embora tenha sido um autodidata e, sob o aspecto material, pessoa modesta.

A todas essas qualidades devem acrescentar-se outras não menos relevantes, designadamente os altíssimos serviços que durante cerca de trinta anos prestou ao Clube Português, onde fundou e redigiu o jornal 'Portugália', além de ter sido o secretário administrativo da entidade, da qual foi eleito sócio benemérito e, em várias ocasiões, presidente das assembleias gerais. Relembrando-o, a Diretoria do Clube Português, promoveu uma sessão solene em sua memória e descerrou o seu retrato a óleo na secretaria, que passou a ser designada por 'Sala Pedro Vicente Mário Gallo'.

Fundador do Elos Clube de São Paulo, foi ainda um grande colaborador da Real Sociedade Benefíciência Portuguesa, onde exerceu diversos cargos, entre os quais o de secretário-geral, durante 16 anos. Em 1964, participou do I Congresso das Comunidades Portuguesas, realizado em Lisboa, cidade que o encantou e que ele soube cantar com enlevo e inspiração.

Descendente de italianos, viveu sempre, porém, no meio de portugueses e luso-brasileiros. E por todos eles foi estimado e considerado um dos melhores e mais sinceros lusistas".

Faleceu em 31 de dezembro de 1968, ainda no exercício do cargo e, seu nome, como homenagem aos seus valiosos préstimos, está gravado numa placa de bronze na entrada principal dessa conhecida casa de saúde.

Hoje Mário Gallo dá nome à rua no bairro paulistano do Belém, o mesmo em que nasceu.

Fonte: Dicionário de Ruas e a Divisão de Memória do Centro de Estudos Luís de Camões (Departamento Cultural do Clube Português)

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