Escadaria da sede da Conselheiro Crispiniano |
Visavam os fundadores, uma entidade que reunisse não só os portugueses, mas também os seus ascendentes e os amigos brasileiros, que reconheciam os inegáveis acertos da colonização portuguesa no Brasil. Entre os objetivos dos fundadores estavam os encontros da família luso-brasileira, as festas comemorativas das datas magnas de Portugal e Brasil.
Vários portugueses se desvelaram na elaboração e cumprimentos dos Estatutos do Clube e um deles, foi inegavelmente seu primeiro presidente o Comendador Antônio Pereira Ignácio.
Salão de festas da sede da Praça do Correio |
Na longa existência desta tradicional Instituição, destacam-se os programas de vários desportes nobres, dinamizando igualmente suas atividades sócio-recreativas. Os bailes despertavam o maior interesse, não só da comunidade lusa, mas da sociedade paulistana. Foi o Clube a primeira entidade a organizar um grupo de “Danças Regionais”, hoje mais conhecidos como “Grupos Folclóricos”. Além disso, foi o Clube Português o primeiro ter um grupo orfeônico e a abrir espaço para o Fado através dos saraus de guitarradas promovidos pelo prof. António Pires e da Srta. Maria Antônia da Costa, filha de um dos fundadores do Clube, José Júlio da Costa Cabral.
Lugar de destaque também receberam os programa artísticos culturais, desde a divulgação da problemática portuguesa assim como a da brasileira, ou seja, o Clube Português sempre prestigiou o que de mais importante houvesse nas Letras, Ciências e Artes de Portugal e Brasil. O seu auditório recebeu figuras ilustres das duas pátrias, desde diplomatas, políticos, literatos, artistas etc.
Foi com esse espírito cultural que em 9 de julho de 1929 surgiu a “Revista Portuguesa”, tendo como diretor geral o arquiteto Ricardo Severo, diretor artístico o escultor Rodolpho Pinto do Couto e diretor literário o professor José Marquez da Cruz. Neste periódico, foram divulgados trabalhos literários, artísticos, históricos e científicos de alguns dos mais destacados intelectuais da década de 1930. Posteriormente, em 1947, foi lançado o jornal “Portugália”, que sobreviveu até 1955.
Biblioteca Portuguesa nos anos 1920 |
Conta seu acervo com aproximadamente 15 mil volumes, incluindo obras raras, edições especiais de grandes obras como Shakespeare, Camões, Dante Alighieri, Camilo Castelo Branco, Miguel de Cervantes e outros. Por seu potencial significativo o Governo Português reconheceu-a como de utilidade pública nos termos do Decreto nº. 23.450 de 10 de janeiro de 1934.
O Clube depois de ter permanecido longos anos no prédio da Av. São João, nº 126, erigiu sua nova e atual sede, em 1968, à Rua Turiassú, nº 59, em linhas modernas e arrojadas em três pavimentos, durante a presidência do Dr. Júlio Izidro dos Santos.
O Governo Português condecorou, em 1954, o Clube Português com o Grau de Cavaleiro da Ordem Militar de Cristo.
Em 2010, quando a entidade completou 90 anos, na gestão do Dr. Rui Fernão Mota e Costa, foi lançado o livro “90 Anos do Clube Português”, tendo como coordenador o professor e jornalista João Alves das Neves.
Fachada original da sede da Rua Turiassú |
O Clube Português se mantém fiel as suas raízes lusíadas, prestigiando Portugal e, simultaneamente, o Brasil, visando um clima das mais belas e harmoniosas relações sociais e afetivas.
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