quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A atemporalidade do Meu Amigo Garoto (28.06.1915 - 03.05.1955)

Garoto
Por Mário Jequibau Albanese


 A atemporalidade desse lançamento em livro misturou influências e nos permitiu erodir as fronteiras entre os gêneros e reafirmar o carisma inigualável do Garoto. Seu talento inato atingiu o mais alto grau que o espírito humano pôde atingir e que somente o gênio possui. Garoto cresceu em meio aos sons dos instrumentos de corda e observando seus familiares tocando, até o dia em que ganhou do irmão Domingos um banjo. Sua precocidade correu célere e ganhou fama como O Garoto do Banjo! O menino aninhava em seus bracinhos guitarra portuguesa e havaiana com carinho e desenvoltura, além do banjo, cavaquinho, bandolim, violino, violão, violoncelo, contrabaixo e bandola, um violão de oito cordas com sons graves. Emérito improvisador, criou novas estruturas para esses instrumentos que o transformaram em elo entre a música popular e erudita, diminuindo o hiato existente. Com ele a música foi um organismo vivo, pulsante e, em permanente evolução. Inventou em 1931, juntamente com o luthier Del Vecchio, o Violão Tenor, também chamado de Violinha. Esse instrumento tem oito placas de alumínio na caixa de ressonância sendo ainda muito utilizado pelos conjuntos regionais. A reconstrução do período de convívio com o Garoto tornou-se uma avaliação estética reveladora das miudezas de sua família, estrutura de uma carreira curta mas, de enciclopédica definição. Ao compor Meu Amigo Garoto eu o homenageei em vida e com o particular orgulho de ser seu parceiro em Amor Indiferença criando a letra. Com o Garoto amadureci e a minha reverência pelo violão se concretizou. O pensamento cria, o desejo atrai e a fé no trabalho realiza!

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